segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Portais de notícias, blogs e microblogs: a modificação do caráter informativo na contemporaneidade

Buscou-se, no presente trabalho, desenvolver uma reflexão sobre a transformação da informação jornalística com o advento da Internet através do uso das ferramentas utilizadas para a construção e difusão da notícia. Afinal, qual a relação dessas ferramentas com seus usuários? O que elas apresentam de vantagens e desvantagens para a constituição do conteúdo jornalístico disponibilizado pelos cidadãos que presenciam fatos e os divulgam, sejam eles jornalistas profissionais ou não?

Na nova era da informação, notam-se diversas mudanças na forma tanto de se pensar quanto de se fazer jornalismo. Já não é mais preciso esperar a banca abrir para comprar o jornal ou o noticiário começar para ficar informado, pois a qualquer momento é possível conectar-se e ler notícias atualizadas. O leitor saiu de seu lugar de agente passivo e agora também produz a informação, a comenta e, quando é de seu interesse, também a divulga através não só do computador, mas de notebooks e celulares. A informação ganhou pernas, para não falar asas. Ela está por aí, o tempo inteiro, disponível para quem quiser interagir com ela.

Vivemos em um tempo em que novos horizontes começam a se mostrar, sejam eles favoráveis ou não. Hoje em dia conceitos como hipertextualidade, interatividade, multimidialidade, personalização, memória e atualização contínua, abordados durante a pesquisa, já passaram a fazer parte do nosso vocabulário. Muitos não sabem exatamente a definição e talvez as teorias relacionadas ao tema, mas poucos se perderiam em uma conversa informal que trate do assunto, afinal estamos todos aí, criando caminhos virtuais, interagindo com pessoas do outro lado do mundo, vendo vídeos no YouTube, criando sites cada vez mais sofisticados, pesquisando no Google e disparando mensagens de minuto em minuto no Twitter.

Presenciar um fato e divulgá-lo, portanto, tornou-se fácil. O problema é fazê-lo com qualidade, utilizando os recursos corretos. Dentro das ferramentas analisadas notamos que o youPode, embora tenha uma atualização mais lenta e limitada devido a interferência da equipe de editores que selecionam as matérias enviadas por seus colaboradores, consegue despertar maior curiosidade no leitor através da utilização de diversos recursos midiáticos, como vídeos e fotos agregados à matéria. Esses recursos também possibilitam o enriquecimento do conteúdo disponibilizado e auxiliam na construção do percurso de leitura do usuário.

Já o Blogger apresenta uma atualização mais rápida uma vez que permite que seus usuários adicionem seu próprio conteúdo diretamente no site. Porém, devido a um maior detalhamento dos fatos, necessita de um maior gasto de tempo para a formulação do texto, o que faz com que a periodicidade de atualização do mesmo seja um tanto quanto instável, variando de acordo com a disponibilidade de tempo de cada usuário. Suas vantagens, percebidas durante a análise, são o acúmulo da informação de forma organizada e uma maior liberdade para a personalização, permitindo ao usuário configurar o layout do site de acordo com seus gostos pessoais, inclusive podendo destacar e acompanhar assuntos de seu interesse através de tags e do RSS. Contudo, uma desvantagem apresentada é a unilateralidade na escolha das matérias uma vez que somente o responsável pelo blog interfere no processo de seleção do conteúdo disponibilizado. Embora qualquer pessoa possa se cadastrar para criar um blog, esta não poderá opinar no blog alheio, a não ser através de comentários, que geralmente se mostram limitados, e de enquetes com temáticas pré-determinadas.

O Twitter, por sua vez, embora seja instantâneo e atual, acaba por acumular uma grande quantidade de mensagens, fazendo com que estas se tornem obsoletas em pouquíssimo tempo. Entretanto, a alta rotatividade da informação disponível faz com que um maior número de pessoas utilize ainda mais a ferramenta, não somente para divulgar a informação, mas também para comentá-la, promovendo uma troca de informações quase em tempo real, com feedbacks quase instantâneos. Além disso, o Twitter se mostra mais rápido devido à facilidade de formulação das mensagens dada pela restrição no número de caracteres disponíveis para a escrita. Isso, embora possa parecer uma vantagem, mostra-se também como um problema pela superficialidade do conteúdo, que muitas vezes não informa por si só, necessitando da utilização de links para conteúdos externos e de ferramentas extras para complementá-lo com recursos midiáticos como vídeos e fotos.

Comparativamente, portanto, o microblog mostra-se perfeito na produção de furos jornalísticos e nas discussões sobre um determinado assunto, porém, não consegue dar conta da profundidade da notícia, tendo que direcionar para outros sites, muitas vezes um blog ou portal. Ao mesmo tempo, o blog e o portal já conseguem mostrar maiores detalhes de um fato, seja de forma informativa ou opinativa, mas não tem a capacidade de chegar até as pessoas com a eficácia que um microblog como o Twitter tem, referente à disseminação da informação em termos de velocidade de transmissão para o leitor.

Conclui-se, portanto, que não existe uma ferramenta mais adequada e eficiente para a produção e difusão da notícia, e sim que elas se complementam, uma vez que permitem através de suas especificidades divulgar e atingir o público, de forma instantânea, interativa e complementar no que tange ao aprofundamento da informação noticiada. Essa, portanto, parece ser a nova tendência dos meios de comunicação: usar as ferramentas disponíveis para que a informação chegue rapidamente ao seu público, atingindo o maior número de pessoas possíveis com maior velocidade. O uso complementar das ferramentas midiáticas pode suprir então a questão da superficialidade do conteúdo a medida que uma notícia complementa a outra e que a multimidialidade possa agir como um agregador de conhecimento.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

INÍCIO... MEIO... E FIM

Escrever um projeto monográfico já é difícil. Escrever sobre ele é mil vezes pior. Como explicar a alguém algo que nem eu mesma ainda sei exatamente como será feito? Bem, não custa nada tentar, não é mesmo? De todas as milhões de interrogações que passam pela cabeça de um monografando (será que esse termo existe? Bem, se não existe eu acabei de inventar rs), uma coisa é certa: uma hora seu prazo vai ter que acabar e seu projeto terá que estar concluído. Inicialmente vale dizer que meu estudo é mutável. Aliás, acho que a cada semana ele ganha novos ares, ganha uma coisa, perde outra, vai tomando forma. Inicialmente começou como um estudo sobre cibernarrativa, em seguida ganhou nova ênfase com o descobrimento do Twitter, um site muito legal que apresentarei mais adiante, e agora... bem, agora ele está na fase do jornalismo, e acho que é decisivo.

Minha proposta é verificar como o surgimento de novas ferramentas para a produção e difusão de notícias pode vir a interferir no atual cenário jornalístico. Dessa forma, pretendo, através do estudo bibliográfico de pesquisadores e especialistas da área e da análise de alguns sites, verificar os elementos que vem facilitando a disseminação de conteúdo jornalístico e a produção colaborativa no ciberespaço e as consequências que o aumento da procura efetiva desses elementos por cidadãos comuns podem vir a trazer para o jornalismo.

Como fazer isso exatamente eu ainda tenho que descobrir, mas já decidi que vou pegar a história do jornalismo desde o seu surgimento, contar um pouco da história impressa, chegar ao digital, comparar, mapear os sites, que inclusive ficarão em uma listinha aqui do lado pra quem quiser acessar. No mais, acho que ainda é isso. A ideia é apenas o começo, e conto com a ajuda dos loucos que passarem a ler esse blog para desenvolvê-la.